Início da safra de soja no Mato Grosso e os problemas logísticos enfrentados

O Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo e o Mato Grosso é o maior produtor do país. Por causa disso, todos os olhos se voltam para a região para saber como as coisas acontecerão na época das colheitas dos grãos.

Por volta de outubro do ano passado já havia rumores de que no mês de janeiro pouca soja nova estaria disponível para o mercado, já que ocorreu atraso no plantio da safra 2020/2021, por causa da falta de chuvas na época.

Em fevereiro, as notícias apontavam que a colheita desse ano tem sido considerada a mais lenta em dez anos, somando cerca de 2,5 milhões de toneladas ao final de janeiro. Enquanto a colheita estava na marca de 1,9% da área cultivada no país, a mesma época do ano passado já atingia 8,9%.

A previsão da AgRural (Assessoria em Comercialização de Soja e Milho) feita em outubro de 2020, já considerando os atrasos, era de um pouco mais de 3 milhões de toneladas para o período, mas as contínuas chuvas na segunda metade de janeiro e o alongamento do ciclo de parte das lavouras fez com que nem essa marca fosse alcançada.

O mês de março iniciou com informações do relatório semanal do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) de que a colheita da oleaginosa ultrapassou 50% da área plantada, o que ainda significa atraso se comparado com o mesmo período de 2020, que já tinha atingido 84,10%, e com a média dos últimos cinco anos, que é 69,73%. A região do Estado com maior percentual de área colhida é o Oeste.

Logística

As chuvas — ou a falta delas — não interferem somente na questão de plantio e colheita dos grãos no Mato Grosso. O excesso de águas nos últimos dias se juntou ao fato de que muitas estradas de terra na região, especialmente no norte e no nordeste do Estado, estão em condições precárias por falta de manutenção adequada, o que tem dificultado o escoamento da soja.

A E-60, por exemplo, estrada que liga Peixoto de Azevedo a Matupá, tem quase 220 quilômetros de extensão e funciona como rota para o transporte da produção de uma área de mais de 20 mil hectares.

Agricultores alegam que pelo menos uma ou duas vezes ao dia o tráfego de caminhões precisa ser interrompido para que eles mesmos tentem resolver os problemas, usando os maquinários das próprias fazendas para cascalhar trechos e diminuir os atoleiros.

Segundo a prefeitura de Peixoto Azevedo, o munícipio está investindo recursos para minimizar os problemas, contudo são mais de 3 mil quilômetros de estrada de chão e mais de 600 pontes precisando de atenção.

A MT-427, estrada que liga Canarana a Gaúcha do Norte, também possui trechos com atoleiros, em que os motoristas que transportam a soja colhida ficam parados no meio da lama e atrasam toda a logística.

Outro problema enfrentado pelos produtores do Mato Grosso é o aumento no preço do frete, que está até 9% mais caro. De acordo com o Imea, isso vem ocorrendo por causa da necessidade de regulação entre oferta e demanda. O valor do frete em rotas como a BR-163 tem chegado a R$ 163,00 por tonelada.

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