Caminhoneiros contra o projeto BR do Mar

Falamos recentemente aqui sobre o Projeto BR do Mar, do Governo Federal, que está aguardando votação do Senado (a previsão é até o final de abril/2021). A questão é que o projeto não tem sido visto com bons olhos pela classe dos caminhoneiros, que acredita que o impacto será negativo para o mercado de transporte rodoviário.

A proposta da BR do Mar visa facilitar o transporte de carga via navegação entre os portos brasileiros, permitindo, inclusive, o aluguel de embarcações estrangeiras para tal. A partir daí, muitas cargas que antes seriam transportadas pelo modal rodoviário poderão ser feitas por meio da rota marítima.

Continue lendo e entenda por que os profissionais que trabalham com o transporte rodoviário de cargas estão insatisfeitos com a atual situação.

Descontentamento

O descontentamento das associações de caminhoneiros tem como base o fato de considerarem que não foram feitos estudos suficientes sobre o impacto que o projeto pode gerar para o transporte rodoviário. Além disso, a classe insatisfeita alega que o resultado pode ser uma concentração do mercado em torno de empresas de outros países, desfavorecendo o mercado nacional.

O presidente da Abrava (Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores), Wallace Landim, falou recentemente em entrevistas sobre outro ponto que tem agravado a situação para os caminhoneiros: os constantes aumentos no preço do diesel.

Landim, mais conhecido como Chorão, foi um dos protagonistas dos protestos que resultaram em grandes paralisações no ano de 2018. Ao que tudo indica, um possível novo protesto pode estar sendo articulado entre os trabalhadores da categoria.

Ou seja, além de terem que lidar com a preocupação com relação aos altos custos do combustível, os caminhoneiros estão apreensivos com a ideia de verem os caminhões sendo substituídos por navios em viagens de longa distância.

A classe sente-se ameaçada com o quanto de redução pode haver nos fretes a longa distância, quanta concentração de mercado restará para curta distância e ainda pensa no risco de grupos econômicos estrangeiros dominarem o transporte marítimo e, consequentemente, os fretes terrestres.

Opiniões diferentes

De outro lado, analistas do mercado acreditam que o projeto BR do Mar pode ter bons resultados para o país e para os caminhoneiros. O diretor da FGV Transportes (Fundação Getúlio Vargas), Marcus Quintella, não considera que o incentivo à navegação criará concorrentes para os caminhões. Ele alega que o caminhão não é o tipo de veículo mais adequado para percorrer longas distâncias, o que gera grande sacrifício dos motoristas e custos operacionais muito altos. Ele ainda aborda os problemas de manutenção de rodovias e considera que o BR do Mar poderá trazer equilíbrio quanto ao uso de caminhões para o transporte de cargas.

O ex-diretor-geral da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Mario Povia, considera que a concentração do transporte de cargas no país nos caminhões não é benéfica e que a distribuição de viagens mais longas para o frete marítimo resultará em mais segurança e qualidade de vida para os caminhoneiros.

Já o Ministério da Infraestrutura se posicionou com uma nota em que afirma que a cabotagem é um modo de transporte complementar ao rodoviário e que este manterá seu papel fundamental na logística no Brasil.

Agora você já sabe quais são as opiniões e expectativas com relação ao projeto BR do Mar e por que está preocupando os caminhoneiros. Para mais notícias e informações como essa, siga nossas redes sociais: LinkedIn e Facebook.

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